domingo, 26 de dezembro de 2010

Do tamanho dos nossos sonhos


Uma amiga me disse agora que "a gente não deve ser menor que nossos sonhos". Acho que meus olhos, se os dias fossem outros, se encheriam de lágrimas. Se os tempos fossem outros. As coisas mudaram muito e eu já estou me acostumando a ter um sorriso no rosto mesmo depois daquela noite que não dormi bem, ou num dia de coração bagunçado.
Não tenho muito tempo de escrever mais. Acho que tempo até tenho. Não tenho são as palavras.
E não quero ser menor que meus sonhos. Mesmo que eu não saiba quais são.

Noites Insones


Hesito por horas e acabo em frente ao seu portão. Sorrio ao ver você me esperando do lado de fora. Desço do carro, caminho ao seu encontro e me perco por longos minutos no seu abraço. Você me pede para entrar. Penso em como é estranho estar aqui depois de tanto tempo. Falo em saudades, pergunto sobre o seu dia e te peço desesperadamente para cuidar de mim. Você me pega no colo e me abraça tão mas tão forte que sinto os meus fantasmas indo embora um a um.

-Não fique assim, você me pede. Eu estou aqui por você. Com você. Eu sempre estive, Paula.

Meus gritos


Os meus gritos nunca são perdoados, os meus desabafos, as minhas dores quase nunca são compreendidas, é como se fosse pecado ou um crime eu sentir que devo e quero gritar, é como se eu não tivesse o direito de me sentir assim, como se não fizesse parte da minha anatomia. Tenho que ser forte o tempo todo, tenho que sorrir mesmo quando a alma chora e o coração fica minúsculo, caso contrário eu não tenho perdão. Não tenho perdão quando grito, quando me lamento, quando desabafo, quando me corto em mil pedaços mesmo sem querer e sinto sangrar lá no fundo da alma, mesmo assim não sou perdoada. Nem se todas as lágrimas do mundo me restassem e caissem , nem assim. Sinto um misto de dor e incompreesão em não ter o direiro de gritar, em não ter um ombro pra simplesmente deitar e chorar, sem produzir nenhum ruído, nada que atrapalhe a paz de alguém, só chorar e nada mais. Quero uma palavra de conforto, quero que me ouça apenas, e não grite mais alto que eu, não me julgue, não sinta pena nem raiva, nem sempre meus gritos são de fúria, as vezes são de pura dor e desespero, nada mais. Não precisa dizer nada, só me dê o ombro e passe as mãos nos meus cabelos e escute meus sussuros e minha respiração, e se eu gritar simplesmente olhe pra mim, olhe nos meus olhos e no meu rosto vermelho e me diga que a dor vai passar.