domingo, 26 de dezembro de 2010

Meus gritos


Os meus gritos nunca são perdoados, os meus desabafos, as minhas dores quase nunca são compreendidas, é como se fosse pecado ou um crime eu sentir que devo e quero gritar, é como se eu não tivesse o direito de me sentir assim, como se não fizesse parte da minha anatomia. Tenho que ser forte o tempo todo, tenho que sorrir mesmo quando a alma chora e o coração fica minúsculo, caso contrário eu não tenho perdão. Não tenho perdão quando grito, quando me lamento, quando desabafo, quando me corto em mil pedaços mesmo sem querer e sinto sangrar lá no fundo da alma, mesmo assim não sou perdoada. Nem se todas as lágrimas do mundo me restassem e caissem , nem assim. Sinto um misto de dor e incompreesão em não ter o direiro de gritar, em não ter um ombro pra simplesmente deitar e chorar, sem produzir nenhum ruído, nada que atrapalhe a paz de alguém, só chorar e nada mais. Quero uma palavra de conforto, quero que me ouça apenas, e não grite mais alto que eu, não me julgue, não sinta pena nem raiva, nem sempre meus gritos são de fúria, as vezes são de pura dor e desespero, nada mais. Não precisa dizer nada, só me dê o ombro e passe as mãos nos meus cabelos e escute meus sussuros e minha respiração, e se eu gritar simplesmente olhe pra mim, olhe nos meus olhos e no meu rosto vermelho e me diga que a dor vai passar.

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