terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Lembranças de você


Ali estava eu, indo em direção ao destino, injusto e repleto de voltas. Procurando desesperadamente um motivo para continuar seguindo e não desistir. As vodkas. As lembranças. Os esquecimentos. As antecipações. A vontade. O querer. A falta de ânimo. Os risos desesperados. O coração acelerado. A saudade. O amor. A dor. Você não chora? Você não se lembra? Você não sente falta? Saudade? Pois saiba que esse sentimento ainda existe, e machuca. Meu peito chora, sofre angustiado, vive calado! Mas a minha vontade mesmo, é te olhar nos olhos uma última vez e dizer que ainda te amo, que ainda te sinto aqui comigo, que sem você tudo fica escuro, nublado. Ouvi dizer que o amor deixa as pessoas bobas, fracas, sentimentais. Eu sei que você ainda me ama, sei que não se esqueceu das nossas tardes, os filmes, sorvetes, das minhas manias e frescuras. Aposto que ela não tem o mesmo sorriso que eu, aposto que ainda guarda as cartas e fotos, sei que ainda sente meu cheiro e me procura nela. Você não me esqueceu, não completamente. Não por ser eu, mas porque entre nós havia sentimento, mais do que carinho, admiração, atração. Era amor, era lindo. Sabe do que me lembrei agora? Dos planos para o futuro, da sua mania irritante de querer escolher o nome da nossa filha, que você insistia que fosse homem. No começo, foi difícil para mim, uma adolescente, entender que o primeiro namorado não é o único, e que para sempre é uma palavra que, na teoria, todos sabem que não existe, mas são poucos aqueles que na prática leva numa boa. Vou te dizer uma coisa, apesar do sofrimento, dos apertos, até que é bom. Chato seria se não houvesse esses tais erros e ilusões para crescermos humanamente. E hoje, eu sou o reflexo do que fui no passado, aprendi e cresci o suficiente para saber enganar as pessoas com esse sorriso de sempre que levo no rosto. Mal sabem que aprendi com você a fingir o tempo todo.

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